domingo, 1 de agosto de 2010

De zero a dez

Diante do conhecimento intumescido
Sinto-me uma lousa apagada
Não que eu seja um quadro branco
Que melhor lhe mostre o nada
Apenas sou um rubor de espanto
Numa vida que se mostra inexplorada
Às vezes me torno esquecido
Perdido entre ninfas radiosas
Enconsto-me em redes de carinhos
Neste curso em que nada é cor de rosa
Já senti que o absurdo tem espinhos
E mostra uma rotina venenosa
Tempo e conteúdo se enfrentam
Amam-se na fúria de seu coito
Na vereda de um assunto inacabado
Talvez eu não mereça mais que um oito
Peço que de mim nunca se esqueçam
Levo cada um para seu porto
Com coragem conduzo meu saber
Que só a mim pertence mesmo que morto
(Barros Batista)

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